Comando e Controle (C2) é uma parte fundamental do processo usado por muitos hackers em ataques digitais para que não deixem rastros

Comando e Controle (C2): entenda como funciona esse servidor

Aqui no Blog da VNX já falamos bastante sobre o Comando e Controle, também conhecido como C2. Parte fundamental na execução de diversos ataques cibernéticos, o C2 é uma forma que os hackers encontram para mascarar suas atividades ilegais.

O Comando e Controle é um tipo de servidor utilizado em ataques cibernéticos para controlar sistemas comprometidos (computadores, dispositivos móveis, outros servidores e afins). O servidor permite que os hackers enviem comandos para as estruturas comprometidas, recebam informações sobre elas e gerenciem as atividades a partir de um local remoto. 

Alguns dos principais componentes de um C2 são:

Servidor de Comando: é o servidor central que coordena a comunicação entre o hacker e os dispositivos. É o responsável por gerenciar as conexões, enviar comandos, receber e armazenar dados, e fornecer informações relevantes;

Agente: é o software malicioso responsável por se comunicar com o servidor de comando, receber instruções e executar as tarefas solicitadas pelo hacker, como coletar informações, roubar dados ou executar ataques DDoS.

Painel de Controle: é uma interface gráfica que permite ao hacker visualizar informações sobre os dispositivos, gerenciar as conexões e enviar comandos para o servidor de comando.

Ofuscação: é uma camada adicional de proteção que pode ser adicionada ao C2 para tornar mais difícil a detecção e análise do tráfego de rede.

Uma vez que o hacker consegue infectar o dispositivo ou sistema, utilizando técnicas de engenharia social ou acessando falhas de vulnerabilidade ocasionadas por falta de atualização de softwares, a conexão com o servidor C2 será feita, permitindo que os próximos passos do ataque sejam orquestrados.

O Comando e Controle normalmente é controlado pelos próprios hackers, que podem escolher entre diversos tipos de servidores e ferramentas para configurá-lo. Essas ferramentas geralmente incluem recursos para gerenciar as conexões, criar canais de comunicação seguros e enviar comandos.

A partir do momento que a conexão com o C2 é estruturada, diversas ações podem ser executadas, como:

– Instalar malware: enviar um comando para o sistema comprometido, ordenando que ele baixe e execute um código malicioso;.

– Espionagem: coletar informações sobre os dispositivos como senhas, histórico de navegação, arquivos armazenados e outros dados sensíveis;

– Controle remoto: assumir o controle do sistema da vítima, permitindo que o cibercriminoso execute tarefas como se estivesse fisicamente presente.

Tendo controle de administração total por meio do C2, os hackers podem barganhar por resgate de dados e, dependendo do tamanho dos privilégios acessados, podem congelar operações comerciais inteiras. 

Recentemente, a marca de luxo Ferrari se tornou vítima de um ataque de ransomware. Os criminosos roubaram dados sigilosos de muitos clientes, incluindo nomes completos, endereços e e-mails. A empresa se recusou a pagar o resgate dos dados, o que provavelmente resultará na venda dessas informações na web.

Ataques como esse são orquestrados utilizando um servidor C2, pois é por meio desse acesso remoto e envio de comandos que os criminosos são capazes de criptografar bancos de dados, impedindo que as organizações tenham acessos a esse ativos (caso não possuam um DRP).

Como já mencionamos, o C2 é uma maneira de ataque centralizada, mas é possível utilizar também tecnologias em nuvem e ponto a ponto (P2P) para orquestrar esse tipo de comando. Na opção de P2P, a arquitetura de rede é feita de modo que os sistemas conectados compartilhem recursos diretamente entre si, sem a necessidade de um servidor central. 

Nesse modelo, cada rede pode atuar tanto como cliente quanto como servidor, permitindo a troca de informações e recursos entre eles. No contexto do C2, o modelo ponto a ponto é utilizado para aumentar a resiliência, tornando-o mais difícil de ser detectado e derrubado. 

Por exemplo, ao invés de usar um servidor centralizado para coordenar a comunicação entre o hacker e os dispositivos vítimas, o modelo ponto a ponto permite que eles se comuniquem diretamente uns com os outros.

Se um dispositivo for detectado e desativado, isso significa que os outros ainda poderão continuar se comunicando, sem interrupção do fluxo de informações. Como não há um servidor centralizado, é mais difícil para as autoridades rastrearem a origem dos ataques, o que aumenta a segurança do hacker.

Detecção dos ataques

O uso de um servidor Comando e Controle pode tornar mais difícil rastrear a atividade de um hacker. Isso ocorre porque o C2 atua como um intermediário entre o hacker e os sistemas comprometidos, facilitando que os logs de atividade não contenham informações que identifiquem diretamente o cibercriminoso. 

Além disso, os hackers podem usar técnicas de ofuscação para tornar ainda mais complicada a identificação do tráfego entre os servidores, o que pode incluir a criptografia do tráfego, o uso de portas de rede não padrão, a fragmentação do tráfego em pacotes menores e outras técnicas.

No entanto, é importante ressaltar que não é impossível rastrear a atividade de servidor C2. Autoridades e especialistas em segurança cibernética podem usar técnicas avançadas de análise de tráfego e de logs de atividade para identificar padrões e correlacionar informações. 

Desta forma, é importante que as empresas e usuários finais adotem medidas de segurança robustas para prevenir a infecção por malware e outros ataques. Fique atento a sinais de atividade maliciosa em seus sistemas.

Se você quer utilizar as melhores soluções de segurança do mercado, entre em contato com a VNX Partners. Nossos especialistas estão prontos para tirar dúvidas e garantir que a sua empresa tenha acesso a melhor estrutura de cibersegurança da atualidade.

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