De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2022 os golpes digitais bateram novos recordes no Brasil, ligando um alerta para a crescente prática de estelionato digital que tem se proliferado nos últimos anos.
No levantamento são apresentados dados de regiões brasileiras (excluindo as cidades mais populosas de Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio Grande do Norte), que somaram um total de 200.322 ocorrências de estelionato digital em 2022, representando um aumento de 65,2% em relação às ocorrências registradas em 2021.
Os estudos demonstraram que o aumento do uso da internet e das redes sociais na pandemia gerou um enorme campo de oportunidade para criminosos virtuais. Essa tendência já foi extensamente estudada também em pesquisas internacionais, que apontaram um crescimento não só no estelionato virtual, como também em grandes ataques de ransomware.
Dentre os Estados que disponibilizaram dados, os recordistas de estelionato digital são Santa Catarina com 64.230 (49,4% a mais do que 2021) e Minas Gerais com 35.749 (39,7% a mais).
Em entrevista ao G1, o presidente da FBSP, Renato Sérgio de Lima, pontuou que o setor de inteligência da polícia brasileira não está preparado para lidar com a grande quantidade de casos registrados diariamente.
“O golpe vai na sorte; de 100 casos, um ou dois são investigados. Quando vamos olhar para a investigação, agrega-se ao problema o perfil dos policiais civis no Brasil. São muitas polícias sem concurso há vários anos, os agentes não têm formação tecnológica de última geração. Os profissionais não são necessariamente formados em ambiente virtual, isso dificulta investigar crimes virtuais”, afirmou.
Ainda de acordo com o levantamento, além do estelionato digital, há também uma modalidade denominada “estelionato sentimental”, onde a vítima não precisa fornecer dados financeiros para ser extorquida pelo cibercriminoso.
Desde a pandemia, golpes em que criminosos fingem ser pessoas famosas para roubar dinheiro das vítimas se tornaram bem comuns, com muitos deles ganhando notoriedade na mídia. Várias são as causas para esses criminosos terem sucesso em suas ações, mas há principalmente uma falta de ações educativas sobre como se proteger deste tipo de situação.
Renato avalia que a pandemia foi um fator determinante para a escalada dos estelionatos digitais em todo o mundo. “É uma tendência que começa muito pela pandemia, período em que as pessoas ficaram em casa e a integração das pessoas era online. Sem carro na rua, não tinha roubo num farol ou em frente a escolas. Se antes havia 100 estelionatos com golpe na esquina, agora são [muitos mais]. É difícil para a polícia investigar tantos casos”, disse ele ao G1.
Além das limitações de pessoal, Renato explica também que os crimes virtuais acabam tendo como fator de dificuldade a localização dos criminosos. “O golpe pode estar sendo feito em outro Estado ou país, por aparelho roteado. Como a polícia de São Paulo investiga um caso cujo IP do crime é do Rio Grande do Norte, por exemplo? Hoje, a política nacional do Sistema Único de Segurança Pública não tem necessariamente força de integração interestadual institucional”, explicou.
Como se proteger de golpes digitais?
Aqui no blog da VNX nós estamos sempre trazendo dicas para você se proteger de golpes digitais. As orientações também são essenciais para gestores manterem a segurança digital das empresas em dia.
Com a popularização dos smartphones e aplicativos de mensagens instantâneas, está cada vez mais fácil para os criminosos roubarem identidades e se apoderarem de dados sensíveis de suas vítimas.
Dito isso, é importante que você esteja sempre atento a novos golpes. Leia sobre o assunto, informe-se sobre as tendências em relação a malwares e phishing. É por meio da educação digital que você terá as melhores condições para evitar crimes digitais e lidar com situações do tipo.
Busque sempre se prevenir. Tenha softwares de proteção no seu celular. Não abra links de pessoas que você não conhece. De preferência, não clique em links que você não sabe a procedência, mesmo que eles sejam postados nas redes sociais ou recebidos via anúncios.
Hoje em dia é muito fácil para cibercriminosos se passarem pela página ou site de uma grande empresa. Portanto, sempre confira os links que você está acessando antes de fornecer seus dados pessoais, sejam eles de instituições governamentais (como para gerar boletos de segunda via), ou de comércio digital.
Sempre leia bem as URLs que você está acessando e, se precisar, confirme a procedência do link em outros canais oficiais da empresa que você quer fazer uma conta online.
Nas redes sociais, proteja suas informações pessoais. Bloqueie para quem não é seu amigo as suas informações relevantes, não deixe telefones, e-mails e outros dados sigilosos disponíveis para fácil acesso.
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